Olá costureiras, como estão?
Hoje me bateu uma nostalgia tão grande do início de tudo.. posso dizer que consegui sentir até o cheiro de antigamente..

Estava mexendo em umas fotos antigas pra poder fazer uns posts legais na rede social pra vocês e achei umas imagens que me levaram à Cecilia cheia de sonhos de quando tinha acabado de sair da faculdade. Ainda não tinha a menor ideia do rumo que a vida tomaria..

Umas das fotos mostra meus moldes no chão. Eu não tinha mesa, então sentava com tudo no chão da sala e passava horas criando. Ainda não costurava pra fora, então me sentia livre pra ousar, testar modelagens e errar, errar bastante pra aprender. Nessa época eu cortava as peças em cima da cama. Estraguei muitos lençóis. Hahahaha. Mas valeu demais.
Como podem ver, tinha comigo uma ajudante (que chamo carinhosamente de “atrapalhante”), a Madá, que está comigo até hoje. Já assistiu a tantos momentos que passei.

Na outra foto, já com uma mesa pra trabalhar, eu iniciava algumas percepções que trago hoje e são parte de todo o conteúdo que passo pra vocês diariamente. Nesse momento eu já tinha algumas clientes e via a importância de organizar as encomendas, de conseguir entregar tudo certinho. Então ali na foto é o meu primeiro caderno, que usei pra fazer os desenhos técnicos das peças e anotar também as informações sobre as clientes. Foi um início muito válido pra mim. Mal eu sabia o quanto evoluiria, principalmente diante de tantas dificuldades que iria passar a partir dali. Estou pensando seriamente em começar a compartilhar também um pouco das minhas histórias de “nem tanto sucesso” com vocês. E digo “nem tanto sucesso”, porquê isso depende totalmente do ponto de vista. Esses momentos camuflados de fracasso, que geraram tanta dor, desespero, revolta comigo mesma e com a profissão, na verdade são a minha maior gratidão hoje, sem demagogia!
Me fizeram ser quem sou.. não que eu seja muita coisa, rs. Mas ao menos posso compartilhar com vocês as experiências, para que não se sintam só.

A gente anda vendo tanta historia bonita, de pessoas bem sucedidas na internet e na TV, que as vezes temos a impressão que é uma situação inalcançável. E talvez seja mesmo! Porém nem sabemos se são histórias reais, ou o que a pessoa passou pra atingir aquele patamar.
Então antes de nos diminuirmos por achar que não chegaremos lá, vamos entender que o “lá” não existe. É aqui, é agora! E não precisamos fazer a vida algo pesado, ansiando apenas pelo futuro.

Se eu soubesse de tudo isso antes, voltaria lá na Cecilia, que bordava as peças, sentada na cama no sábado a tarde, e diria a ela que não tivesse pressa, nem tentasse atropelar as coisas. Que aquele era o caminho e que não desviasse dele. Mas já que não posso, digo à Cecilia de hoje:
Tenho orgulho do seu passado, da coragem que teve pra enfrentar as adversidades e te abençoo a tudo que ainda virá.