A importância do modelista nas etapas do processo produtivo em uma confecção de moda.

O modelista é responsável desde o cálculo da modelagem, passando por todas as etapas do processo produtivo, até as alterações finais no molde, quando necessário, para que então a peça vá à produção, que pode ser em série ou não. E ainda, após finalizada, verifica se tudo correu como o esperado.

Fluxograma

O que apresentaremos a seguir, é um modelo de produção seguido na maioria das confecções de vestuário, com participação ativa do modelista em cada uma das etapas apresentadas

Todas as tapas podem ser comparadas às atividades rotineiras dos pequenos ateliês, o que nos dá a possibilidade de aprender com o esquema apresentado e adaptar a nossa realidade para conseguir deixar a rotina mais produtiva e lucrativa.

Para melhor entendimento temos um fluxograma de todas as etapas do processo produtivo de uma empresa de moda e logo abaixo abordamos o funcionamento e aplicação de cada uma delas.

Etapas do Processo Produtivo

Criação

É nesta etapa que o modelo a ser confeccionado é definido. Em uma empresa de grande porte, a criação das peças é função atribuída ao estilista, com aprovação dos diretores de estilo. Juntos eles definem um tema para a coleção, fazem um estudo sobre as principais características do que querem mostrar sobre o assunto e então, criam uma série de modelos que traduza esses pensamentos em forma roupas.
Já em um ateliê de pequeno porte, essa etapa pode ser comparada ao atendimento ao cliente, que é o momento em que o modelo a ser confeccionado é escolhido.

Desenvolvimento técnico

Após criação da coleção pelo estilista e aprovação dos diretores de estilo, a coleção passa a ser estudada pelo modelista. Este profissional irá analisar cada peça. Mais que a sua aparência, ele deverá detalhar todos os pontos importantes para que o produto final seja confeccionado de maneira a estar fiel à ideia inicial. Caimento do tecido; pences e recortes do modelo, para construção da modelagem; o uso de materiais e a quantidade, como zíperes, botões e outros aviamentos.

Todas essas informações deverão ser anotadas em um documento chamado Ficha Técnica de Produto. Este deverá conter o desenho técnico da peça, com todos os detalhes anotados, os tecidos e aviamentos listados, juntamente com os valores de cada material.

Através deste documento a empresa irá levantar os custos para desenvolver cada peça e estudar a viabilidade da sua produção. Portanto este deverá conter o máximo de informações possíveis, para que nada passe despercebido e não haja imprevistos em meio ao processo. Como por exemplo, falta ou desperdício de materiais.

Em uma pequena empresa do ramo, esse procedimento também é bastante importante. Mesmo que não haja produção em escala de uma peça, deve-se preencher a ficha técnica de produto. É importante detalhar ao máximo as informações sobre a escolha da cliente. Fazer o desenho técnico; listar os materiais utilizados; identificar se o ateliê os fornecerá ou a cliente quem irá trazer, para então pensar nas melhores técnicas de confecção a serem utilizadas. Dessa forma o ateliê pode planejar melhor o tempo necessário para desempenhar o trabalho e os materiais que serão utilizados. Sendo possível dar o valor justo ao serviço prestado.

Modelagem

De todos os pontos essenciais para o bom funcionamento e sucesso do seu negócio, sem dúvida a modelagem é uma das principais. É o modelista quem garante que as peças da coleção sejam reproduzidas exatamente como foram pensadas e planejadas nas etapas anteriores.

Envolve a análise do público alvo da empresa e quais as principais características do corpo e até mesmo estilo de vida dessas pessoas. Por exemplo, se for uma marca destinada a jovens, provavelmente a modelagem deverá ser de característica mais moderna, talvez um pouco mais ajustada ao corpo. Já se for um público mais maduro, as peças deverão ser pensadas para serem mais confortáveis e anatômicas, além da estética, claro.

O modelista
Entenda mais sobre o modelista e a aplicação do fluxograma

O modelista profissional deve ter amplo repertório de técnicas de modelagem. Porém também deve conhecer de todas as outras áreas, incluindo montagem e costura da peça, para que seja possível e facilitada a construção da mesma pelas costureiras.

O profissional de modelagem não precisa ser alguém contratado para a função. No que se refere a pequenos ateliês é perfeitamente possível que você seja seu próprio modelista, assim como todas as outras funções aqui atribuídas. O importante é pensarmos sempre na qualidade do produto oferecido. E, seja lá quem for a ocupar essa posição dentro da empresa, deverá estar sempre buscando mais conhecimento e se atualizando nesta área que é tão abrangente.

Até bem pouco tempo, conseguir esse tipo de conhecimento era possível apenas em cursos caros ou faculdades de graduação em grandes centros. Porém, com o crescimento da internet, é possível o acesso a ótimo conteúdo em vídeos e apostilas, desde o custo mais elevado até gratuitamente. A quem houver interesse, basta apenas alguns cliques e a escolha da linguagem que mais se identificar para aprender com facilidade, diante de tantas opções.

O Clube Costura que Cura é exemplo, onde você encontra um curso completo. Tem uma ótima didática, que ensina desde quem deseja aprender do zero. Servindo também para quem já tem certo nível de modelagem e deseja aperfeiçoamento.

Pilotagem

Após a modelagem pronta e a peça já cortada corretamente em tecido, chega o momento de costurar a primeira peça. Damos a ela o nome de peça piloto, pois através dela serão ajustadas a sequência operacional e demais detalhes da confecção. O modelista acompanha a costureira pilotista de perto para fazer as alterações necessárias na ficha técnica de produto.

Essa etapa pode ser comparada ao fechamento da peça antes do cliente fazer a primeira prova em um ateliê.

Aprovação

Após a primeira peça estar fechada e pronta, chega o momento que a modelo de prova irá vestir a roupa. Nesta etapa é analisado todo o acabamento, o caimento da peça e se há alterações a serem feitas. Se estiver tudo correto, o próximo passo será a gradação. Que é a etapa onde a peça será ampliada ou diminuída conforme os tamanhos da grade usada pela empresa (ex.: 36, 38, 40, etc). Caso ainda não esteja perfeita para ser produzida, o próximo passo deverá ser a alteração do molde.

Da mesma maneira acontece com a primeira prova de uma cliente em um pequeno ateliê, onde a peça será igualmente analisada. E estando de acordo em tamanho e modelo, irá para a finalização, caso contrário, deverá sofrer os ajustes necessários.

Alterações

Caso a conclusão da etapa anterior seja a necessidade de alteração de algum detalhe, este deve ser feito novamente na etapa da modelagem. Pois numa empresa de porte grande as peças são feitas em maior quantidade e na gradação. Então a modelagem deve estar perfeita para que todas as peças sejam cortadas de uma vez no enfesto.

Já no caso de uma única cliente, garantiremos o aperfeiçoamento de seu molde base. Assim ela pode ter a facilidade de evitar tirar as medidas com frequência. Tendo assim um atendimento diferenciado, com uma comunicação facilitada, sendo necessário menos visitas ao ateliê.

Gradação

Com a modelagem ajustada, o modelista prepara a gradação.
Gradação é o aumento ou diminuição na grade para os tamanhos que a peça será confeccionada para ser comercializada.

Produção

Finalmente a última etapa. A peça já está com a modelagem perfeita, o que facilita os processos da costura e aplicação de detalhes. A peça poder ser fechada do começo ao fim sem surpresas e com a certeza de que sairá exatamente como planejada pelo estilista ou combinada com a sua cliente.