Mais de um mês se passou desde a primeira postagem. Naqueles dias eu estava totalmente eufórica com a possibilidade de realizar uma vontade tão antiga sobre o projeto “Costura que Cura”, ajudar as pessoas e tudo que já contei.
Eu sou nova na cidade em que moro. Estava sem emprego, com bastante tempo livre e me sentindo mal por não estar produzindo nada. Então vi uma postagem na internet que foi como uma luz, a chave que faltava pra eu, finalmente, colocar todas as minhas idéias, que pareciam impossíveis, em prática. Tudo parecia perfeito e fácil. Era só servir.
Por ser assim imediatista, sempre fui bastante volátil e as coisas acabavam perdendo a graça logo ou eu desistia na primeira dificuldade. Mas me dispus a fazer diferente dessa vez. Tantas barreiras internas que identifiquei nesse processo. Muita coisa começou a surgir dentro de mim e vi que que não seria fácil ser persistente.
Na cidade nova, sem conhecer quase ninguém, ou ter clientes para costurar, me vi obrigada a trabalhar fora e em poucos dias eu encontrei um trabalho (ou ele me encontrou), como vendedora numa loja de elite no shopping da cidade. Pela necessidade de manter as responsabilidades financeiras e pela forma que esse trabalho chegou até mim, aceitei a experiência. Sei que não é o modelo de emprego que me faz feliz ou me realiza em qualquer sentido e sabia que isso, de certa forma, atrasaria meus objetivos principais, mas creio que há lição, sempre.
Me dispus e lá estou, todos os dias, numa mistura de sentimentos, que vão desde total indignação pela desigualdade social, até o entendimento do porquê dessa oportunidade surgir bem nesse momento. As experiências são diárias e estou tentando enxergar além, estou indo pela percepção da oportunidade que o universo está me dando de entender que, cada vez mais, o caminho é se esforçar pra realizar o que acredito.
Sinto um grande prazer em servir ao próximo e sempre tive uma visão de ofertar o dom que Deus me deu. Então estou cada vez mais certa de que o “Costura que Cura” é um projeto que quero pra minha vida. Aceitei o desafio e todos os dias em minhas orações peço a firmeza necessária diante de qualquer dificuldade que pudesse aparecer. E elas começaram… A empolgação e imediatismo cederam lugar à rotina. Estou tendo que aprender a controlar a ansiedade e, ao mesmo tempo, não deixar o projeto cair no esquecimento. O que pra mim sempre foi uma dificuldade. Ou estou totalmente imersa no que quero, ou largo de mão. Até aqui ficou claro que a primeira cura que acontecerá no caminhar desse projeto é a minha própria. E a primeira lição dessa Auto Cura, talvez seja encontrar o equilíbrio dentro de mim. Superar todas as frustrações e dificuldades. Enxergar quem eu sou de verdade. Colocar minhas capacidades, habilidades e competências acima das barreiras. Me olhar de frente no espelho todos os dias e sentir orgulho da minha caminhada é o que almejo. Parece simples pra tantos e é meu maior obstáculo.. colocar pra fora tudo que tenho, deixar as coisas acontecerem pra mim sem me auto sabotar, com medo do fracasso. E é através da profissão que eu tenho tanto orgulho em seguir e ensinar que vejo um meio de conseguir dar esse passo tão importante.
Não sei qual o rumo esse blog vai tomar daqui pra frente, mas é certo que quero a liberdade de poder compartilhar também meus processos internos. Acho que uma boa forma de crescimento é colocar pra fora o que não nos cabe mais. Precisamos esvaziar as vezes.. pra encher de coisas melhores.