Por que COSTURA QUE CURA?
Muitos me fazem essa pergunta. Por que escolhi esse nome pra levar o projeto a diante.
Eu já contei um pouco da minha história, da minha vontade de propagar a profissão e ajudar a trazer de volta o amor à arte da costura. Mas hoje vou me abrir e contar algo que achei que não teria coragem de compartilhar.
Há 3 anos eu ainda tinha meu ateliê, onde atendia clientes e fazia como escola para dar aulas presenciais aos finais de semana. Foi aí que descobri que amo dar aulas e cada vez tinha mais certeza disso. Queria muito melhorar como professora e poder levar esses ensinamentos a mais pessoas, queria muito de alguma maneira, ensinar aqueles que estão mais distantes, que não tem acesso a esse tipo de oportunidade.
Comecei a desenvolver um material que melhorasse a didática de ensino e a maneira de aprender, pois pensava que nem todos os alunos tiveram acesso aos estudos ou talvez nem lembassem do que aprenderam na escola.
Estudei muito, busquei métodos diferentes pra entender o meu próprio. Pensava em ampliar meu ateliê, em dar aulas em período integral e até em ter quartos onde essas pessoas pudessem se hospedar durante o curso. Cheguei a ter interessados de outros estados, mas no final das contas o custo ficava alto pra essas pessoas, que na maioria das vezes eram de regiões mais pobres. Por isso cheguei a cogitar também a montar uma ONG e levar o curso pra essas regiões. Mas era um sonho solitário, mal conseguia explicar a vontade do meu coração para outras pessoas.
Pedi muita ajuda a Deus. Foram muitas orações pedindo direcionamento. Foi nesse tempo que recebi esse nome. COSTURA QUE CURA. Um dia fui pedir ajuda a um amigo, vizinho lá do ateliê, que ia me ajudar a colocar o projeto todo no papel para tentar viabilizar de alguma maneira. Então o nome surgiu, pra ajudar a curar as pessoas. Minha ideia sempre foi profissionalizar mulheres para que pudessem trabalhar em casa, conciliar com a educação dos filhos e ainda ajudar as famílias a complementarem a renda. Quanto mais eu conversava com Deus, mais eu queria que isso se tornasse real. Mas as coisas não são no nosso tempo e eu ainda não entendia isso.
Nessa época eu enfrentava a maior dificuldade que já passei profissionalmente. Ter uma escola profissionalizante em uma cidade onde não há demanda é inviável, ainda mais quando se sonha só. Pra manter meu ateliê aberto eu precisaria vencer a fase difícil e continuar atendendo as clientes também, pois os custos eram altos para aquela estrutura toda, isso dificultava o foco no que eu queria fazer. É difícil manter o ânimo com tanto boleto vencido.
Eu estava confusa, desanimada e não queria mais viver aquilo. Estava decepcionada comigo mesma. Formada, com tanto conhecimento e sem conseguir levar meu negócio a diante. Não queria mais continuar. Eu desisti! Ainda dói muito lembrar disso, mas eu desisti!
Hoje, quando olho pra trás vejo a oportunidade que eu tinha nas mãos. Eu tinha tudo! Não me faltava nada pra fazer aquilo tudo ser um sucesso. Tinha toda a estrutura, materiais em estoque, funcionárias maravilhosas e, principalmente, toda a técnica que tanta gente quer ter. Mas eu não tinha o principal: maturidade. Não tinha auto confiança. Nunca confiei na minha própria capacidade e isso é imperdoável, porque o mundo não pára pra esperar a gente se encontrar. Não existem pausas.
Foi preciso eu perder tudo, absolutamente tudo, pra que eu pudesse me valorizar. Foi preciso vir embora e recomeçar do zero pra entender que o que eu sei, o que ganhei de Deus como um dom, como um presente, tem tantas pessoas que não têm onde buscar. Entendi que gosto mesmo é de dar aulas e que sou boa nisso.
Nunca fui uma pessoa tecnológica ou que gostasse de redes sociais e essa é uma barreira que venho quebrando desde que iniciei tudo isso por aqui. Talvez as coisas já tivessem começado a dar certo há três anos se eu tivesse seguido esse caminho, mas entendo também que não era só isso. Eu precisava desse tempo, foi um processo tão doloroso, mas tão necessário.
Esse projeto me motiva, me dá razão pra me superar todos os dias. Já disse em outro post, mas vou repetir: eu, que comecei isso tudo pra tentar curar outras pessoas, não imaginei que as maiores curas seriam as minhas. Todos os dias levanto com vontade de ser melhor, de me preparar mais e mais pra que isso tudo se torne real e seja tão bonito quanto eu imagino que possa ser. Mas bonito não significa fácil, né. Então eu tenho que estar forte, preparada pra tudo que há de vir.
Me propus a vencer mais das minhas barreiras internas em 2020, porque quero que esse projeto chegue até quem precisa. Tenho grandes planos pra nós e preciso estar mais forte do que nunca, pois essa ano será incrível. E espero ter todas vocês comigo. Podemos nos apoiar e tornar as coisas mais leves juntas.